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  • Foto do escritorViviane Campos

Amanhã começa o evento online e gratuito Terra Madre Brasil 2020


A programação contempla importantes ativistas do campo e da cidade e, entre eles, alguns grandes artistas. ]


Após 20 anos depois da chegada do movimento Slow Food no Brasil  acontece a primeira edição online e inteiramente gratuita do encontro Terra Madre Brasil, organizado pela Associação  Slow Food do Brasil. Nomes expressivos como Ailton Krenak, Alessandra Leão, Bel Coelho, Bela Gil, Chico César, Frei Betto e Gilberto Gil estão confirmados para esta edição que conta com programação transmitida ao vivo pelo canal do YouTube do Slow Food Brasil.  


A mesa de abertura acontece amanhã, às 14h e conta com saudações de Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food e presidente internacional; de Bela Gil, mestra em Ciências Gastronômicas, nutricionista, chef de cozinha natural, escritora e apresentadora; de Dionete Figueiredo, liderança da agricultura familiar,  representante da cooperativa Copabase, de Arinos, Minas Gerais, e da Fortaleza do Baru do Urucuia Grande Sertão; de Georges Schnyder, presidente da Associação Slow Food do Brasil e de Wilson Dias, diretor da Secretaria de Desenvolvimento Rural/Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (SDR/CAR), co realizadora do evento. 

Às 19h30, um dos grandes artistas brasileiros com forte identidade relacionada à agricultura familiar, o compositor e cantor Chico César marca presença virtual no show de abertura do Terra Madre Brasil 2020. Seu repertório que será apresentado com voz e violão é composto por músicas que consagraram a carreira do artista como “Mama África” e “À Primeira Vista”, de seu primeiro disco, Aos Vivos, que completa 25 anos. A apresentação também inclui músicas inspiradas em acontecimentos recentes no Brasil e no mundo como a canção  “Inumeráveis”, que dá nome às vítimas do covid-19, e De Peito Aberto” em homenagem às mulheres. 

Diálogos do Terra Madre Brasil 

Grande símbolo de luta em prol dos Direitos Humanos no universo eclesiástico e grande referência da Teologia da Libertação, Frei Betto é mediador da sessão  Diálogos do Terra Madre Brasil com o tema Outros Caminhos Possíveis. Autor de 69 livros, editados no Brasil e no exterior, ganhou em 1982 o Prêmio Jabuti por seu livro de memórias Batismo de Sangue (Rocco) e atualmente é sócio-fundador do Programa Todos pela Educação e assessor da FAO para Soberania Alimentar e Educação Nutricional.

Ele divide espaço ao lado da liderança da terra indígena Tenonde Porã, agricultora e pedagoga Jera Guarani, reconhecida pelo trabalho incansável de recuperação das variedades de alimentos tradicionais Guarani como batatas-doces e milhos crioulos; e  Tiganá Santana, professor, pesquisador e músicobaiano com cancioneiro da cultura afro-brasileira e extensa pesquisa em linguagens, artes e cosmologias africanas, com ênfase em culturas bantu. O diálogo acontece neste domingo, às 11h.  

No dia 21 de novembro, às 18h30, acontece o esperado diálogo entre o cantor Gilberto Gil e o pensador e ambientalista Ailton Krenak nos Diálogos do Terra Madre Brasil -  Debaixo do Barro do Chão. A conversa inédita entre o artista e uma das maiores lideranças indígenas do país tem como objetivo conectar temas como natureza, política, cultura e alimento, e termina com música do Gilberto Gil. 

Originário do território tradicional Krenak, localizado às margens do Rio Doce, em Minas Gerais, Krenak é conhecido por um expressivo papel de militância durante a Assembleia Constituinte de 1987, onde pressionou parlamentares contra retrocessos nos direitos dos povos indígenas, pintando seu rosto com pasta de jenipapo enquanto discursava no plenário do Congresso Nacional. 

Outro capítulo importante da trajetória de Krenak foi a fundação da União das Nações Indígenas (UNI) e a adesão ao movimento Aliança dos Povos da Floresta, que reunia indígenas, ribeirinhos e seringueiros em torno da proposta de criação de reservas extrativistas. Toda a experiência do líder indígena pode ser conferida em suas obras como Ideias para Adiar o Fim do Mundo, O Amanhã não Está à Venda e A Vida não é Útil, todos editados pela Companhia das Letras. 


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