A principal tradição gastronômica da Páscoa pode, sim, fazer bem à saúde. Ovos de chocolate que possuem propriedades benéficas ao corpo e à mente estão cada vez mais presentes no mercado brasileiro. Eles são ricos em cacau e ingredientes naturais, mas pobres em açúcar e aditivos artificiais. Para diferenciá-los, o consumidor deve prestar atenção ao que dizem as embalagens.
Faz quase 20 anos que a Nugali Chocolates, de Pomerode (SC), criou o primeiro chocolate bean to bar nacional, em 2004. Nesse tipo de produção, a fabricante controla todo o processo, desde o plantio do cacau até o consumidor. Isso faz toda a diferença em relação a quem apenas derrete barras prontas, sem monitorar a origem, e transforma em ovos de Páscoa. Duas décadas depois dessa novidade, o brasileiro tem um leque de opções para comer chocolate sem culpa.
— O cacau está associado à prevenção de diversas patologias como as cardiovasculares, o câncer, hiperglicemia, resistência à insulina e diabetes, além de apresentar benefícios para a saúde cerebral, melhorando a memória, a atenção e sintomas depressivos — explica a nutricionista Andressa Wagner.
Todos esses benefícios estarão assegurados se o consumo de chocolate for moderado. A recomendação é não exceder os 30 gramas diários. Veja abaixo cinco dicas para selecionar chocolates saudáveis nesta Páscoa.
1 - Mais cacau, mais saúde.
Chocolates que possuem altos teores de cacau (60% a 80%) são ricos em antioxidantes naturais, os flavonóides. Essas substâncias reforçam o sistema imunológico contra doenças e contribuem para o funcionamento do sistema circulatório.
Os chocolates com altos percentuais de cacau levam menos açúcar, e por isso são chamados de "amargos". Mas não se assuste com o nome. Produtos com mais cacau têm o dulçor natural da fruta e são ainda mais saborosos.
2 - Bean to bar
A marca que você está avaliando comprar apenas transforma chocolate pronto em ovos de Páscoa ou tem controle sobre a principal matéria-prima do produto? Os chocolates bean to bar (do grão à barra) são mais seguros e saudáveis porque a fabricante é a responsável por toda a cadeia produtiva.
A Nugali, que inaugurou este mercado no país, compra cacau de produtores certificados no Pará, Bahia e Espírito Santo, contribuindo para a preservação de florestas e o fortalecimento de comunidades ligadas à cultura do cacau.
3 - Clean label
Não são necessários muitos ingredientes para se fazer chocolate. Então procure embalagens que indiquem receitas com poucas substâncias, e todas naturais. Os chamados produtos clean label não levam aditivos artificiais, como conservantes, corantes e aromatizantes.
— Nomes complicados e estranhos significam aditivos químicos na composição, que tornam qualquer alimento ruim para nosso organismo, gerando processos inflamatórios — explica a nutricionista.
Prefira produtos feitos com manteiga de cacau, e não gorduras hidrogenadas. A manteiga de cacau é rica em ácido oleico e contém pequenas doses das vitaminas K e E. Ela baixa os níveis do colesterol ruim (LDL) e aumenta os níveis do colesterol bom (HDL).
4 - Menos açúcar
Um chocolate com mais cacau é também um chocolate com menos açúcar. Quem escolhe um produto com alto teor de cacau aproveita as delícias da Páscoa sem ingerir em excesso um ingrediente associado a problemas de saúde, como os cardiovasculares.
Para que um chocolate desperte sensações de prazer e bem-estar, o açúcar não é estritamente necessário. Dos muitos compostos naturais presentes no chocolate, três substâncias têm efeito benéfico sobre as emoções. A teobromina é estimulante e regula o humor. O triptofano é matéria-prima da serotonina, um neurotransmissor que promove a sensação de felicidade. E a feniletilamina, chamada de hormônio da paixão, porque estimula a produção de dopamina.
5 - Respeito às restrições
Um avanço do mercado brasileiro de chocolates é o desenvolvimento de produtos que respeitam diferentes restrições alimentares. Hoje, é possível encontrar opções de chocolates amargos sem lactose ou mesmo traços de leite, que podem ser consumidos por pessoas alérgicas. Verifique ainda se a embalagem informa sobre a presença de glúten e soja.
Foto: divulgação
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